quinta-feira, 18 de outubro de 2007

La Commedia dell'Arte


Pesquisa efetuada em 14/04/1999


Pesquisa efetuada em 14/04/1999

Na capa: Cézanne: Arlecchino


Introdução.

Forma teatral única no mundo, desenvolveu-se na Itália no XVI século e difundiu-se em toda Europa nos séculos sucessivos, a Commedia dell’arte contribuiu na construção do teatro moderno.
Teatro espetacular baseado na improvisação e no uso de máscaras e personagens estereotipados, é um gênero rigorosamente antinaturalista e antiemocionalista.


O texto

O que mais atrai o olhar contemporâneo nas leituras dos canovacci da commedia dell’arte, é a inconsistência deles no que se refere ao conteúdo.
Sendo a comédia um espetáculo ligado fortemente à outros valores como as máscaras, a espetacularidade da recitação, habilidade dos atores, a presença da mulheres na cena, etc..., não tinha necessidade de compor dramaturgias exemplares, novidades de conteúdos ou estilos.
O canovaccio devia obedecer a requisitos de outro tipo, todos funcionais ao espetáculo: clareza, partes equivalentes para todos os atores envolvidos, ser engraçado, possibilidade de inserir lazzi, danças e canções, disponibilidade a ser modificado.
A técnica de improviso que a commedia adotou não prescindiu de fórmulas que facilitassem ao ator o seu trabalho. Diálogos inteiros existiam, muitos deles impressos, para serem usados nos lugares convenientes de cada comédia. Tais eram as prime uscite (primeiras saídas), os concetti (conceitos), saluti (as saudações), e as maledizioni (as maldições).
Na sua fase áurea, o espetáculo da commedia dell’arte tinha ordinariamente três atos, precedidos de um prólogo e ligados entre si por entreatos de dança, canto ou farsa chamados lazzi ou lacci (laços).
A intriga amorosa, que explorou sem limites, já não era linear e única, como na comédia humanista, mas múltipla e paralela ou em cadeia: A ama B, B ama C, C ama D, que por sua vez ama A.


O Encenador

O espetáculo da commedia era construído com rigor, sob a orientação de um concertatore, equivalente do diretor do teatro moderno, e de um certo modo seu inspirador. Aquele, por sua vez, tinha à disposição séries numerosas de scenari, minudendes roteiros de espetáculos, conservados presentemente em montante superior a oitocentos; muitos ainda existem nos arquivos italianos e estrangeiros ser terem sido arrolados.




O Ator.

O ator na commedia dell’arte, tinha um papel fundamental cabendo-lhe não só a interpretação do texto mas também a continua improvisação e inovação do mesmo. Malabarismo canto e outro feitos eram exigidos continuamente ao ator.
O uso das mascaras (exclusivamente para os homens) caraterizava os personagens geralmente de origem popular: os zanni, entre os mais famosos vale a pena citar Arlequim, Pantaleão e Briguela.
A enorme fragmentação e a quantidade de dialetos existentes na Itália do século XVI obrigavam o ator a um forte uso da mímica que tornou-se um dos mais importantes fatores de atuação no espetáculo.
O ator na commedia dell’arte precisava ter "uma concepção plástica do teatro" exigida em todas as formas de representação e a criação não apenas de pensamentos como de sentimentos através do gesto mímico, da dança, da acrobacia, consoante as necessidades, assim como o conhecimento de uma verdadeira gramática plástica, além desses dotes do espírito que facilitam qualquer improvisação falada e que comandam o espetáculo.
A enorme responsabilidade que tinha o ator em desenvolver o seu papel, com o passar do tempo, portou à uma especialização do mesmo, limitando-o a desenvolver uma só personagem e a mantê-la até a morte.
A continua busca de uma linguagem puramente teatral levou o gênero a um distanciamento cada vez maior da realidade.
A commedia foi importante sobretudo como reação do ator a uma era de acentuado artificialismo literário, para demonstrar que, além do texto dramático, outros fatores são significativos no teatro.


O teatro.

Devido as origens extremamente populares a commedia dell’arte por longo tempo não dispus de espaços próprios para as encenações. Palcos improvisados em praças públicas eram os lugares onde a maioria das vezes ocorria o espetáculo. Só no XVII século e mesmo assim esporadicamente a commedia começou a ter acesso aos teatros que tinham uma estrutura tipicamente renascentista, onde eram representados espetáculos eruditos. Já no século XVIII a enorme popularidade deste tipo de representação forçou a abertura de novos espaços para as companhias teatrais. Em Veneza, por exemplo, existiam sete teatros: dois consagrados à opera séria, dois à opera bufa e três à comédia.

Um exemplo de texto.

Homem - Vai-te.
Mulher - Desaparece
H. - ...dos meus olhos.
M. - ... da minha presença.
H. - Fúria com rosto de céu!
M. - Demônio com máscara de amor!
..............................................................

H. - Nem sei o que me retém!
M. - Uma força que eu desconheço me impede que eu parta!
H. - Mas não é amor, bem vês.
M. - Mas pode ter certeza de que não é carinho.
H. - E que te detém?
M. - E quem te faz parar?
H. - Não te quero dar o prazer...
M. - Não terás a alegria...
H. - ... de eu te dizer...
M. - ... de eu te mostrar...
H. - ...que ainda te amo.
................................................................

H. - És demasiado aliciadora!
M. - Tens demasiado poder nos olhos!
H. - A esperança lisonjeia-me...
M. - A beleza anima-me...
H. - ... de te descobrir fiel.
M. - ... de te não achar embusteiro.
H. - És tu que eu amo!
M. - És tu quem me agrada!
H. - Adoro-te!
M. - Idolatro-te!
H. - Minha esperança!
M. - Meu amor!
H. - Minha vida!
M.- Meu bem!
H. - Minha luz!
M. - Meu alento!
H. - Minha deusa!
M. - Meu ídolo!


O declínio: Carlo Goldoni.

Em 1737 Carlo Goldoni na comédia Momolo Cortesão introduz uma novidade significativa: as falas da personagem principal eram totalmente redigidas. O sucesso foi enorme e Goldoni prosseguiu com Momolo Sobre a Brenta e O mercador falido, nas quais as personagens de fala redigida aumentavam em relação aquelas apenas esboçadas. A mulher de garbo foi a primeira comédia inteiramente redigida.
Goldoni contrapunha à tradição bufa da commedia dell’arte uma obra que se apoiava nos caracteres, ou seja, em personagens de individualidade rica e situações nitidamente inspiradas em seu meio social. O teatro devia se aproximar do mundo, revelar seus vícios e virtudes sem esquecer sua função exemplar.
Estavam dados os primeiros passos no sentido da renovação da comédia.


Conclusão.

É sobretudo na herança da commedia dell’arte que o teatro moderno funda as próprias raízes, foi ela que consagrou e fundamentou a verdadeira essência do ator, com Goldoni unem-se harmoniosamente texto, ator e público.
Nasce o teatro da realidade: o novo espetáculo está em cena.


Bibliografia.

Arlequim, Servidor de Dois Amos
Goldoni Carlos
Editora Victor Civitá


Intetnet Sites:

www.triptown.com/lascala/it
http://www.vicenzanew.it/
http://www.nauta.it/
www.ials.org/sat.htm
www.ials.org/cdq.htm
http://www.cgil.it/
http://www.artoline.it/
http://www.theatrelibrary.org/

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